quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

  “Devo confessar que está sendo insuportável ter que prosseguir com tudo isso. Essa vida que estou sendo obrigado a viver, faz parte de tudo aquilo que eu sempre tive mais medo de vivenciar. É o gosto que eu mais evitei degustar; Diante desse labirinto de pesadelos só me resta esperar com fé por aquela velha história de que finais felizes acontecem, ansiosamente. 
    A impaciência se torna minha mais explícita rival. Eu sinto que ela brinca comigo, como se eu fosse um ventríloquo indefeso, fácil de se manipular, de se brincar, de se usar. […]
    Enquanto olho a noite tão bela e inspiradora pela janela de meu quarto, só o silêncio das vozes carnais calam o ambiente, e assim eu posso me ouvir, dentro de mim mesmo, se afogando no acúmulo dos meus desejos trancados que aqui existe, tentando de alguma forma fugir, se libertar dessa constante tribulação. Sair desse cativeiro de regras ridículas e enfim poder correr pelas ruas dos próprios sonhos. Correr, correr e correr, sem ter medo de se cansar.
    E que haja na minha vida catástrofes impetuosas, que traga uma terrível dor momentânea, mas não deixe nunca mais ela voltar, nem que seja para me visitar, nem que seja por saudade.
        E que venha os ventos suaves, e se não forem suficientes, venha as tempestades da vida; Que machuque, mas que tire de mim todos os vestígios de dores, nostalgias, rancores, e amores mal-amados. E se essa tempestade machucar, ficarei feliz por isso; […]
    Os sorrisos estão na linha de chegada, mas o caminho você percorre chorando.”

Anndré Frëak , (Prisioneiro da Morte)

Nenhum comentário:

Postar um comentário